Beethoven AUSGEWÄHLTE LIEDER für eine singstimme mit Klavierbegleitung, C. F. Peters, Leipzig, s.d.
Beethoven
AUSGEWÄHLTE LIEDER für eine singstimme mit Klavierbegleitung, C. F. Peters, Leipzig, s.d.
In-4º, de 93 pp., encadernada inteiramente a tela vermelha c/ dourados na pasta da frente e lombada, conservando as capas de brochura. As melhores canções “Ausgabe für hohe Stimme”, isto é, em edição para soprano ou tenor (c/ acompanhamento ao piano). Contém 30 canções, a saber: Op. 32, 46, 48, 52, 75, 83, 84, 98 (ciclo Sechs Lieder von Gellert), 108, 128, 6 lieder do ciclo An die ferne Gelibte e mais 13 canções s/ nº de Opus. Várias sobre poemas de Goethe. Em Alemão. Ex libris não identificado na 1ª guarda.
“Quando pensamos no Lied romântico alemão o compositor que imediatamente nos vem à memória é Schubert. Ludwig van Beethoven não é geralmente associado à nossa primeira imagem deste género, porque o vemos sobretudo como compositor de sonatas, quartetos e sinfonias, com uma abertura apenas ocasional à escrita vocal na ópera Fidelio, nas suas duas grandes missas, numa ou noutra obra de Música de Cena e – claro está – na Nona Sinfonia. No entanto, se é verdade que não foi este o seu género mais emblemático, Beethoven deixou-nos mais de setenta canções para voz e piano, sem contar com os seus numerosíssimos arranjos de Canções Populares tradicionais de toda a Europa (incluindo uma Modinha portuguesa), e esse corpus de obras revelar-se-ia decisivo para a definição essencial dos cânones do que viria a ser o Lied germânico do Romantismo, estabelecendo neste género a ponte entre as experiências inovadoras de Mozart e a consolidação representada em seguida por Schubert.
Destas, a mais complexa formalmente é sem dúvida Adelaide, Op. 46, sobre poema de Matthison, uma espécie de pequena cantata articulada em secções sucessivas em que o nome da amada reaparece como um pequeno refrão pontuando a sequência contrastante das várias estrofes. Igualmente decisivo para a evolução do Lied seria o ciclo An die ferne Geliebte [À bem-amada distante], Op. 98, já de 1815-16, (...) precursor directo dos grandes ciclos de Schubert. Tirando esta excepção principal, as publicações de canções de Beethoven foram escassas em vida do compositor, limitando-se aos Op. 48, 52, 75 e 83, e as demais só foram, inclusive, catalogadas na década de 1950, atribuindo-se-lhes a classificação numérica WoO (ou “obras sem número de Op.”). Muitas delas incidem sobre poemas do mais importante autor alemão da transição para o Romantismo, Goethe, por quem Beethoven nutria profunda veneração, e outras sobre textos de poetas geralmente menores. Assumem particular relevo neste contexto, pela subtileza dos efeitos de tratamento expressivo do texto, as seis canções sobre poemas de tema bíblico da autoria do escritor e filósofo Christian Fürchtegott Gellert (1715-1769), que fora uma referência central do Iluminismo na Alemanha.” (> Rui Vieira Nery)
A canção inicial do vol., An die Hoffnung, Op. 32, na voz de Peter Shreier, acompanhado ao piano por Walter Olbertz, em: https://www.youtube.com/watch?v=_5sBF_DbGmc
Estado de conservação: carimbo marginal na folha de rosto, desgaste dos dourados.
Dim.: 27,5 x 19,5 cm