Rio, João do (pseud.)/ Barros, João de (directores) ATLÂNTIDA – mensario artistico, literario e social para Portugal e Brazil, Anno III, nº 31, Lisboa, Maio de 1918.
Rio, João do (pseud.)/ Barros, João de (directores)
ATLÂNTIDA – mensario artistico, literario e social para Portugal e Brazil, Anno III, nº 31, Lisboa, Maio de 1918.
In- 4º peq., c/ c. de 98 pp (em numeração corrida), brochado. Edição de Pedro Bordalo Pinheiro.
Fundada pelos seus directores em 1915, a revista foi publicada em Portugal e no Brasil, simultaneamente, até 1921. Este nº inclui, entre outras, colaborações de Manuel Teixeira-Gomes, Antº Correia de Oliveira, Antº Patrício e Júlio Dantas. Ilustrado no texto e extratexto, a preto e branco. Por abrir.
“No início do século XX, houve um processo de aproximação entre Brasil e Portugal,
empreendido por intelectuais e diplomatas das duas nações, que visava à formação de uma
comunidade luso-brasileira. A dimensão desse projeto de estreitamento das relações luso
brasileiras culmina na criação da Revista Atlântida. (...)
João de Barros e João do Rio, responsáveis pela fundação da Revista Atlântida, percorreram um longo caminho para a concretização da revista. João do Rio, desde 1909, em visita a Portugal, que lhe rendeu o livro, Portugal d’Agora, e na gazeta de noticias do Rio de Janeiro, já escrevia sobre o afastamento e a necessidade de se estreitarem os laços entre as duas nações. Com a República portuguesa, o governo brasileiro logo reconheceu as novas instituições, o que animou os espíritos dos dois países irmãos. Em 1912, João de Barros visita o Brasil e se junta em coro e apoio a João do Rio na campanha de aproximação luso-brasileira, através de conferências e artigos. Mais tarde o Dr. Bernardino Machado, ministro português plenipotenciário no Rio de Janeiro, criou a Embaixada Brasileira no Brasil (1913), fato que refletiu na criação de uma Embaixada Brasileira em Portugal. Simultaneamente escritores brasileiros começaram a visitar Portugal e elogios eram trocados de forma carinhosa e recíproca.
Para os idealizadores da “Atlântida”, a distância existente entre as duas nações era
superficial e resultado da falta de esforço de ambos os governos, pois Portugal e Brasil tinham ligações íntimas e afinidades irrefutáveis.
João de Barros afirma em seu livro, Caminho da Atlântida, que para que Brasil e Portugal
estabelecessem uma mútua e sólida camaradagem, todos os trabalhos e esforços tendentes a efetivar essa aspiração, teriam de realizar-se a luz de uma estreita confraternização intelectual, pairando sobre as pequenas intrigas, os pequenos desacordos, as preocupações e ambições puramente materiais.” (Thaïs Pimentel Cabral, “Revista Atlântida e as relações luso-brasileiras”, XIII Encontro de História Anpuh-Rio)
Estado de conservação: capa c/ manchas de uso e desgaste das extremidades; papel c/ mancha na parte inf. dos 1ºs cadernos.
Dim.: 24,5 x 17,5 cm