Tavares, Francisci PHARMACOLOGIA, Novis recognita curis, aucta, emendata, et hodierno saeculo accommodata, in usum praelectionum academicarum conimbricensium, Typis Academicis, Conimbricae, 1809.
Tavares, Francisci
PHARMACOLOGIA, Novis recognita curis, aucta, emendata, et hodierno saeculo accommodata, in usum praelectionum academicarum conimbricensium, Typis Academicis, Conimbricae, 1809.
In-8º, de (14)-439-(2) pp., inteiramente encadernado em carneira escurecida c/ dourados simples na lombada; papel encorpado e c/ sonoridade.
Dividida em 4 partes, trata da farmacologia de modo cuidado, incluindo desde os materiais e as medidas utilizadas (c/ as equivalências francesas e inglesas), aos métodos e receitas que se podem extrair de substâncias vegetais e animais e sua conservação. Inclui o quadro desdobrável c/ as afinidades (classificações) dos químicos para uso do farmacêutico (“Tabula affinitatum chemicarum ad usum pharmaceuticum”). Em Latim.
«Em 1790, Francisco Tavares e Joaquim de Azevedo, foram nomeados pela Congregação [da Faculdade de Medicina], no sentido de se responsabilizarem pela elaboração da farmacopeia. Esta surgiu, em 1794, sendo atribuída a sua autoria ao médico e antigo professor da Matéria médica em Coimbra, Francisco Tavares, e denominava-se Farmacopeia geral para o Reino e Domínios de Portugal. Esta era composta por dois volumes: o primeiro denominado Elementos de farmácia, e o segundo, Medicamentos simples, preparados e compostos.
A 7 de Janeiro de 1794, surgiu o decreto de D. Maria I que oficializou esta farmacopeia, como sendo um guia prático de composição de fórmulas medicinais, com qualidades, especificações e quantidades dos medicamentos que iam orientar boticários. O seu uso passou, desta forma, a ser obrigatório por todos os estabelecimentos boticários e por médicos e cirurgiões, que não poderiam receitar nenhuma composição que não estivesse descrita na farmacopeia.
Com o avanço do conhecimento científico, foram surgindo, ao longo dos séculos, novas farmacopeias, mais actualizadas. Porém, esta, uma vez sendo a primeira oficial, tornou-se bastante importante na história, contribuindo, em larga escala, para a difusão dos fármacos oriundos das colónias do Império Português.» (http://pt.ars-curandi.wikia.com/wiki/Farmacopeia_Lusitana)
«A par de uma actividade interessantíssima na investigação e no ensino, deixou-nos o operoso Dr. Francisco Tavares o livro "De Pharmacologia Libellus", de 1786, e uma nova edição, corrigida e aumentada, já de 1809, "Pharmacologia novis recognita curis, aucta, emendata et hodierno seculo acomodara" que, no dizer do Professor Feliciano Guimarães, constitui, na sua 4 a parte, inteiramente nova, uma verdadeira farmacopeia.» (in José Garrett, “Esquisso Histórico da Farmacologia em Portugal”, spfarmacologia.com)
Nota biográfica sobre Francisco Tavares (?-1812) em: https://www.uc.pt/org/historia_ciencia_na_uc/autores/TAVARES_francisco
Ver tb Innocêncio S., t.III, 71-2. No t. IX, a p. 383, Innocêncio da Silva refere que a esta edição pertence uma estampa que este exemplar não inclui.
Estado de conservação: fragilidade do papel das 2 primeiras ff e mancha ligeira de humidade inicial; peq. anotações coevas e esporádicas a tinta e lápis, tendo sido utilizada, sobretudo, a última guarda volante.
Apreciação: livro raro e em bom estado.
Dim.: 18 x 11,5 cm